Diante dos protestos que ocorrem
na Turquia e aqueles que eclodem no Brasil, percebemos que a passividade já não
encontra mais terreno fértil com tanta facilidade.
O desejo da construção de um
complexo comercial, e uma réplica dum quartel otomano, no parque Gezi, em
Istambul, foi o suficiente para comover jovens turcos ao protesto pacífico
frente às autoridades governamentais, que insistem em dar continuidade ao projeto.
O premier Recep Erdogan, que é de forte tendência islamista, joga duro com os
manifestantes e instrui seus comandados a utilizarem a força policial contra os
insurgentes. Do outro lado da balança,
os revoltosos tentam responder as agressões, mas são constantemente varridos pelos
agentes de segurança que utilizam canhões de água, gás lacrimogênio e outros
artefatos, atacando de forma brutal os manifestantes que lutam por seus
direitos.
Fonte: UOL
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Somando-se a isso, juntamos o
fato do primeiro-ministro, que já acumula seu terceiro mandato, querer impor
uma reforma constitucional que não apenas aumenta seus poderes, mas que também
transformaria a Turquia num Estado fundamentalista islâmico, o que acarretaria
uma série de censuras no que toca a imprensa, a atividade intelectual, direitos
sexuais e reprodutivos etc.
O confronto na Turquia já acumula
vários mortos e milhares de feridos e pessoas detidas pela polícia. A situação
se agrava a cada momento, num claro sinal de insatisfação diante das vontades
impositivas daqueles que deveriam nos representar, ao invés de nos transformar
em alvos da violência do Estado.
Partindo para o Brasil, o estopim
dos recentes protestos em São Paulo foi o aumento abusivo das passagens, tema
que não é exclusividade do estado que carrega o nome de sua principal cidade e
capital. No Rio de Janeiro, por exemplo, os aumentos nas tarifas de transporte
público são constantes e desrespeitosas. A empresa CCR Barcas, que agora detém
praticamente o monopólio do trânsito Rio-Niterói, elevou sua passagem em 60%
passando de R$3,10 para R$4,50 e, recentemente, para R$4,80.
Fonte: O Dia
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Voltando para o cenário paulista,
observamos que a situação se torna insustentável para a população. Além dos altos
preços, o povo ainda enfrenta a falta de qualidade no transporte público, como
superlotação e longos engarrafamentos. Os manifestantes se articulam, criam
siglas que representam seu descontentamento, como é o caso do MPL (Movimento
Passe Livre). Além dessa e de outras representações, também identificamos a
participação de partidos de esquerda que apoiam os revoltosos.
Fonte: Viatrolebus
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Fonte: SRZD
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Vivemos em uma sociedade cada vez
mais polarizada e construída para poucos, quando os muitos estão largados a
sorte dos grandes empresários, magnatas e políticos corruptos. Com tanta
demonstração de poder, fica visível aos olhos do povo que tudo está sendo feito
sem a menor preocupação com o bem-estar social ou mínimas condições de uma vida
digna das populações menos abastadas. Sofremos diariamente com o descaso. Somos
vilipendiados por uma oligarquia que insiste em dizer nos representar. Mas a
representação do povo é o próprio povo nas ruas, e isso é o que nos define:
agentes de mudança.
Concordo e ratifico tudo que foi dito acima. O que mais me revolta é a nossa Excelentíssima Presidente. A mesma, tem a ousadia de dizer que a inflação está dentro do estipulado, e que o controle será sempre objetivo do governo. Todos os dias que vou ao mercado lembro dessa nobreza, desse lindo discurso que adotou o monopólio petista. Será que liberar crédito incontrolavelmente seria a solução??? Maquiar o preço da carne seria solução??? Conforme dito acima, aumentar 60% o preço da passagem seria solução??? O que mudou??? O que melhorou???
ResponderExcluirSó queria que todos pudessem comprar 1Kg do item mais básico da cesta, o tomate...
Rony
E a imprensa nessa história? Revoltante ver Jabor condenando ação dos manifestantes "por causa de vinte centavos". É de indignar a maneira como destorcem os fatos. NÃO SE TRATA de vinte centavos, mas sim de um transporte público caótico, ineficiente, e que coloca a todos em situações diárias de indignidade. Hoje o Fantástico fez reportagem dizendo que os manifestantes foram dispersados pela polícia; e cortavam a imagem logo em seguida pros torcedores, dizendo: "e os torcedores saíram do estádio felizes da vida!!!", ou seja, passando a mensagem que quem foi pros protestos foi pra se ferrar à toa, porque dentro do estádio estava ótimo. Imprensa é um dos pontos centrais da questão toda. E, nesse quesito, embora os grandes grupos midiáticos claramente apoiem o PSDB, neste momento estão de mãos dadas com PT (e PMDB, claro, que dá a mão pra quem quer que esteja no poder).
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