terça-feira, 14 de setembro de 2010

Uma breve história dos Judeus

  

    De tradição milenar, o judaísmo, junto com o cristianismo e o islã, está entre as três grandes religiões monoteístas da história. Na religião cristã, o profeta é Jesus Cristo, filho de Deus e, por conseguinte, seu representante e herdeiro. Já no judaísmo, o profeta é Moisés, libertador do povo egípcio, que os levaria a terra prometida, a terra santa – Israel. Dentre seus séqüitos, figuram pessoas proeminentes da sociedade mundial. A sua jornada de sucessos dentro do campo sócio-econômico e intelectual merece especial atenção no que toca os estudos relacionados a essa área. Vítimas de perseguições seculares, esses brilhantes empreendedores foram de suma importância para a constituição e manutenção das redes comercias, principalmente no fervo do mercantilismo europeu, das grandes navegações, na formação das colônias ultra-marinas no período moderno. A igreja católica, com ações repressivas de seus tribunais inquisitoriais, obrigaram os judeus a conversão ao catolicismo, sendo esses batizados com nomes católicos e, agora, conhecidos como cristãos-novos.



    Entretanto, essa conversão, na maioria das vezes, era só de fachada. Uma boa parte dos judeus continuavam cultuando os ensinamentos de seu profeta em segredo. Escondido da inquisição, estes não podiam mais freqüentar sinagogas e a leitura da Torá – bíblia judaica – deveria ser feita em locais particulares, geralmente dentro da própria casa. Há relatos de reuniões realizadas por grupos judaicos em determinadas casas de certos senhores de engenho, justamente para fugir da repressão católica ao culto judeu. As atitudes coercitivas da Inquisição Católica foi ferrenha, tendo vários condenados a fogueira como forma de purificação de seus atos de infidelidade. O judaísmo não é uma religião universalista, ou seja, para ser judeu, tem que nascer judeu. Não funciona como no cristianismo onde existe a conversão, o batismo. Um judeu pode virar cristão, mas a contra-partida não acontece. Talvez essa peculiaridade também tenha ajudado a alimentar o ódio crescente frente aos praticantes da religião judaica.

    Outro fato curioso é a habilidade comercial destes empreendedores. Na época da repressão religiosa, muitos judeus conseguiram abrigo em algumas monarquias justamente pela sua importância nessas relações mercantilistas. A própria monarquia portuguesa, assim como a espanhola - católica ao extremo - demonstrou sinais de tolerância com os praticantes dessa religião, pois também enxergaram a relevância que esses atores imprimiam aos negócios da coroa. Essa destreza para os negócios coloca os judeus em posição de destaque no rol dos grandes empresários, notadamente, por exemplo, Senor Abravanel ou, como todos o conhecem, Sílvio Santos. Também verificamos a presença de judeus no campo científico, intelectual, como um dos mais célebres e cultuados de todos – Albert Einstein.





    A participação judia na formação do mundo contemporâneo teve o seu ápice na segunda guerra mundial – 1939 a 1945 –, onde motivações anti-semitas levaram a prática de um das maiores hecatombes da história da humanidade: o assassinato em massa de aproximadamente seis (6) milhões de judeus, isso sem contar homossexuais, ciganos, deficientes, dentre outros. A esse triste episódico se atribuiu o nome de Holocausto. Após esse fatídico acontecimento, os judeus voltam a repensar o conceito de nação e a exigir – remetendo a tradição milenar – a terra prometida, pois o povo judeu se encontrava apátrida.



    Tendo em vista o resgate deste “direito” exigido pelos judeus, começa, então, um movimento migratório desesperado para o que é hoje o estado de Israel. A ocupação desordenada da terra santa gera constituições territoriais ao gosto dos judeus, segundo a sua lógica milenar, baseado nas promessas do profeta Moisés. Consequentemente, essa ocupação provoca conflitos com uma das três grandes religiões já citadas – o Islã. A região conhecida à exaustão como faixa de Gaza nos dá a dimensão do problema político-religioso enfrentado naquelas bandas. Todavia, não podemos deixar de observar a forma como o estado de Israel se consolida, hoje, como uma nação autônoma, moderna, reconhecida pela ONU, e de notório destaque entres os grandes países do mundo, tudo isso em pouco mais de cinqüenta anos de sua independência. Mais uma vez o povo judeu surpreende por sua habilidade em amealhar recursos e capacidade de administração. E pensar que a política de imigração do governo Getúlio Vargas considerava os judeus impróprios para a formação constitutiva da nossa sociedade. Já os estadunidenses, ao contrário, abriram suas portas e, hoje, tem a maior comunidade judaica do mundo com 40% dos judeus do planeta. Os EUA possuem a maior economia do mundo. Será que tem alguma relação?


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