terça-feira, 17 de março de 2015

E aí, tem jeito?



A princípio podemos dizer que sim. A pauta é: corrupção. O povo se indigna, vai às ruas e pede o fim da corrupção. Muitos foram pedir, inclusive, o fim da corrupção vestindo a camisa da CBF. Bom, não entendi muito bem, mas, enfim... Pede-se impeachment da atual presidente e de seus partidários. Justo? Pode ser. As pessoas tem o direito de lutar por aquilo que acham certo, correto. A grande questão é que a paixão provocada pela revolta está nos deixando um tanto quanto irracional. Tudo bem, acontece. Mas temos que parar e racionalizar.

A corrupção no Brasil é uma instituição que, diga-se de passagem, não começou no governo do PT. Veja bem, não estou aqui pra defender a gestão petista e nem pra dizer que este partido não tem participação efetiva nos escândalos de corrupção. Muito ao contrário disso. Acredito que o governo do PT tenha colocado o Brasil numa profunda crise nacional e também no cenário internacional, nos fazendo dar passos atrás em nossas conquistas, mesmo tendo sido o partido que distribuiu renda – ainda que uma das formas tenha sido através da expansão do crédito, o que acho errado e um modelo esgotado que não se sustenta. O país está em recessão desde o segundo semestre de 2014 e cresce muito abaixo daquilo que, de fato, poderia crescer. Mas não vamos discutir isso aqui, talvez num outro artigo.

As alianças a qualquer custo construídas pelo PT (e já há muito praticadas também por outros partidos), alimentadas pela sua sede pelo poder eterno, agudizaram e deixaram de relevo características de um coronelismo histórico que nos remete aos tempos da colônia e que ainda persistem em permanecer em nossa estrutura política, econômica e social. Além, é claro, de ter provocado seu isolamento político e, consequentemente, a falta de diálogo com a sociedade civil e demais partidos políticos de oposição e sindicatos.

Pois bem, esses são alguns pontos interessantes pra começarmos nossa racionalização e tentativa de acharmos uma solução para um problema que não é de X ou Y, mas de todos nós. Muitos dizem: - votei em X, por isso não é culpa minha. Besteira! O problema é de todos nós, sim.

A revolta da população se justifica. O problema é como se está canalizando essa revolta e a maneira que se pretende resolver o problema. Impeachment? Fora Dilma? Intervenção militar? (bizarro ainda pedirem isso) Acho que não. Como já pincelado anteriormente, o problema do Brasil está em suas estruturas. O fenômeno da personificação da política, que encontra suas bases no nosso passado colonial e velho-republicano faz com que direcionemos nossa revolta e insatisfação para personagens em voga e não para as instituições. E isto acontece porque possuímos uma estrutura mental que opera exatamente nessa lógica. Isso não resolve o problema. Isso só nos faz trocar seis por meia dúzia. Tira X e põe Y, mas a estrutura permanece lá: intacta, inalterada.


O Brasil vive uma crise generalizada: nos transportes, na educação, na saúde, na economia, enfim, passamos por um momento de profunda preocupação e incerteza política. Esses são os ingredientes perfeitos para ânimos exaltados e decisões baseadas no calor do momento, sem de fato levarmos em consideração o que realmente nos constitui. Por isso, devido a nossa história, devemos racionalizar e entender que o problema do Brasil não é de fulano ou cicrano, mas, sim, de nossas estruturas. Se quisermos assim mudar, teremos que pensar numa mudança de longo prazo baseada em atitudes que começam a partir do nosso próprio comportamento, inclusive. Procurar eleger políticos sérios e que estejam compromissados com propostas sérias de campanha é fundamental, ao invés daqueles que estão aliados com megaempresários a fim de conseguir regalias e financiamentos de campanha, em detrimento dos interesses da população. Pensar em coletividade será o maior de nossos desafios.


domingo, 15 de junho de 2014

Uma breve sobre a cultura pactista, no Império Espanhol.


Com a característica de uma monarquia compósita, ou seja, formada por vários reinos mantidos seus foros e privilégios, assim como também aqueles que diziam respeito às instituições – notadamente a Igreja –, o império espanhol se estabeleceu durante séculos como um Estado confessional e pactista. Suas atitudes políticas foram norteadas por uma cultura católica e por um posicionamento de respeito e aceitação das características de cada reino que integrava o império, assim como a manutenção e práticas de cada um desses reinos e seus privilégios.

Sendo assim, umas das principais preocupações, quando da ascensão de Carlos V, por parte de seus futuros súditos era, por exemplo, a postura de um rei estrangeiro, que não falava castelhano, no entendimento e aceitação da ordem vigente. Carlos V, como resposta, tranquilizou a todos no sentido de que seriam respeitadas suas culturas políticas, foros e privilégios.



Tendo em vista que o Império Espanhol se sustentou nessas bases de negociação, tornou-se claro o fortalecimento de toda a cultura política que, para além do império, se estendia a suas colônias na América.
Entretanto, a partir do ano de 1700, quando se inicia a administração dos Bourbons, há uma tentativa de supressão deste tipo de cultura política que está fortemente amparada na igreja católica, possuidora esta de diversas terras e outras riquezas, tanto na metrópole quanto na colônia.

Para tanto, a nova postura dos Bourbons visava justamente limitar os poderes da igreja e retomar seus territórios, assim como dar uma nova configuração nas relações baseadas no pactismo, que muito beneficiavam as elites locais e tirava da figura do rei a centralização das decisões. No intento de restaurar as regalias do rei, as reformas precisavam resgatar certos conceitos onde o respeito aos espaços de poder não invadissem as decisões do monarca, ou seja, seu poder de decidir e de ter suas ordens acatadas e cumpridas.




Entretanto, após séculos em bases políticas e religiosas já citadas anteriormente, se tornou profundamente difícil, para a reforma, lograr seus objetivos. Pois esta estava já tão arraigada em suas estruturas, que qualquer mudança se mostrava ineficiente do ponto de vista de seu funcionamento, mas não de sua aplicação.

sexta-feira, 21 de março de 2014

Ayrton, Ayrton Senna do Brasil

Quando Senna nos deixou, no ano de 1994, o Brasil agonizava saindo de um duro período de regime autoritário, um processo político de reorganização democrática e escândalos de corrupção que resultaram no impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. As políticas econômicas resultantes do período da ditadura civil-militar, ornamentadas com as políticas neoliberais do primeiro presidente eleito democraticamente após o golpe de 64, exacerbaram ainda mais as imensas disparidades sociais, tão íntimas de nossa realidade nacional. As favelas, comunidades carentes, encontravam seu momento mais dramático com altos índices de violência, miséria e a total falta de qualquer condição mínima de existência.

Aquele domingo, 1 de maio de 1994, dia do trabalho, que levou tragicamente o nosso maior ídolo do esporte a motor, também nos levou a esperança de ainda sorrirmos por algo que nos desse orgulho em sermos brasileiros. Ayrton Senna da Silva – O Ayrton Senna do Brasil – era o cara a ser batido. Era ele que nos mantinha de pé, no limite da honra. De domingo a domingo esperávamos por aquele momento especial de ouvirmos o hino nacional, não por uma obrigação cívica qualquer, mas pelo fato de termos um brasileiro nos aliviando da dor da frustração e da indiferença, no exato momento em que nos colocava no ponto mais alto do pódio. Pódio este que todos nós gostaríamos de estar, mas não por vaidade, por soberba, mas pelo lamentável fato de sempre termos estado tão por baixo.

Senna foi um ídolo nacional, mas a sua posição de ídolo não foi alcançada somente por suas vitórias e estilo arrojado. Ayrton era um brasileiro preocupado, sensível às questões sociais nacionais. Sua postura era de alguém que cativava não somente por sua simpatia, mas justamente porque tinha o caráter de um verdadeiro ídolo.

Que saudades, Senna! Que saudades do orgulho de ser... brasileiro.


Senna estaria fazendo, hoje, 54 anos.




domingo, 16 de fevereiro de 2014

Por onde mudar?



Em 2009, no início de minha carreira acadêmica, tive a oportunidade de estar na audiência do seminário “Iguais na Diferença: a construção do justo na sociedade brasileira”, realizado na UFF, onde o deputado Marcelo Freixo fazia parte da mesa de debate. Num determinado momento de sua fala, quando lhe fora dada a palavra, Marcelo fez uma pergunta que me atingiu como uma onda, me dando um “caixote” daqueles que a gente levanta sem fôlego e puxando o ar.  A pergunta foi: Será que estamos preparados para ter uma polícia honesta?

Naquele momento, fiz uma profunda reflexão sobre tudo que dizia respeito a mim e a tudo que me cercava até aquele instante. Observei que, até então, tudo o que havia feito em termos políticos fora reclamar e criticar como se a culpa de tudo fosse do mundo e não minha (também). Percebi que o exercício de olhar pra dentro, antes de qualquer coisa, era sempre a melhor maneira de se chegar a alguma solução.

Quando terminei de digerir aquela pergunta e de me recuperar do choque que havia levado, comecei a perceber o quão esquizofrênico era a nossa sociedade. Para chegar a tal conclusão, peguei a pergunta feita pelo Marcelo e a estiquei para todas as problemáticas de nosso meio social. Funcionou.

Recentemente, e lamentavelmente, passamos pelo trágico episódio social envolvendo um movimento de pseudo justiceiros e um adolescente de rua de 15 anos de idade. O menor, cruelmente torturado, foi acorrentado pelo pescoço em um poste, no aterro do Flamengo, sob a acusação de ser um criminoso da região. Os perpetradores do verdadeiro crime, os pseudo justiceiros, o fizeram sob a suposta prerrogativa de estarem “fazendo justiça” com as próprias mãos, penalizando, humilhado e maltratando aquele menino que, se fez algo de errado, deveria passar pelas sanções previstas na lei – e dentro da lei –, assim como ter todo direito de defesa e condições humanas de se ressocializar. 


Diante disso, percebemos que uma sociedade que almeja uma posição naquilo que costumam convencionar "primeiro mundo", precisa alterar toda uma estrutura de mentalidade, pois vivemos na ilusão de que o desenvolvimento de um país se dá somente através de indicadores econômicos quando, na verdade, o fator econômico é somente um dos fatores que compõem uma nação plenamente desenvolvida, pois uma sociedade que se permite amarrar os seus adolescentes em postes pelo pescoço, e entende isso como uma forma de justiça, não deveria estar em outro lugar senão neste em que estamos agora, ou seja, com um sistema de saúde entregue a sorte, educação abandonada, transporte público de péssima qualidade e um sistema econômico baseado na expansão do crédito que endivida as famílias e cria-nos uma falsa sensação de pleno desenvolvimento, isso sem falar da crise generalizada que vivemos. Por isso, precisamos nos perguntar: será que estamos preparados para uma sociedade verdadeiramente justa e desenvolvida?

Precisamos refletir sobre o que queremos e o que podemos fazer para mudar. Não dá mais pra viver de preconceito cordial e lavar as mãos todas as vezes que o problema não é conosco. É muito fácil dizermos “bem feito” quando o filho é dos outros, e “coitado” quando o filho é nosso. É muito esquizofrênico uma sociedade que não respeita os outros, mas exige respeito, dignidade. E a dignidade dos outros, onde fica?  Ou nós aprendemos a viver no coletivo ou perecemos na nossa individualidade.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

O povo não tolera mais


Diante dos protestos que ocorrem na Turquia e aqueles que eclodem no Brasil, percebemos que a passividade já não encontra mais terreno fértil com tanta facilidade.

O desejo da construção de um complexo comercial, e uma réplica dum quartel otomano, no parque Gezi, em Istambul, foi o suficiente para comover jovens turcos ao protesto pacífico frente às autoridades governamentais, que insistem em dar continuidade ao projeto. O premier Recep Erdogan, que é de forte tendência islamista, joga duro com os manifestantes e instrui seus comandados a utilizarem a força policial contra os insurgentes.  Do outro lado da balança, os revoltosos tentam responder as agressões, mas são constantemente varridos pelos agentes de segurança que utilizam canhões de água, gás lacrimogênio e outros artefatos, atacando de forma brutal os manifestantes que lutam por seus direitos.
 
Fonte: UOL
 

Somando-se a isso, juntamos o fato do primeiro-ministro, que já acumula seu terceiro mandato, querer impor uma reforma constitucional que não apenas aumenta seus poderes, mas que também transformaria a Turquia num Estado fundamentalista islâmico, o que acarretaria uma série de censuras no que toca a imprensa, a atividade intelectual, direitos sexuais e reprodutivos etc.

O confronto na Turquia já acumula vários mortos e milhares de feridos e pessoas detidas pela polícia. A situação se agrava a cada momento, num claro sinal de insatisfação diante das vontades impositivas daqueles que deveriam nos representar, ao invés de nos transformar em alvos da violência do Estado.

Partindo para o Brasil, o estopim dos recentes protestos em São Paulo foi o aumento abusivo das passagens, tema que não é exclusividade do estado que carrega o nome de sua principal cidade e capital. No Rio de Janeiro, por exemplo, os aumentos nas tarifas de transporte público são constantes e desrespeitosas. A empresa CCR Barcas, que agora detém praticamente o monopólio do trânsito Rio-Niterói, elevou sua passagem em 60% passando de R$3,10 para R$4,50 e, recentemente, para R$4,80.
Fonte: O Dia
 
Voltando para o cenário paulista, observamos que a situação se torna insustentável para a população. Além dos altos preços, o povo ainda enfrenta a falta de qualidade no transporte público, como superlotação e longos engarrafamentos. Os manifestantes se articulam, criam siglas que representam seu descontentamento, como é o caso do MPL (Movimento Passe Livre). Além dessa e de outras representações, também identificamos a participação de partidos de esquerda que apoiam os revoltosos.
Fonte: Viatrolebus
 Diante deste misto de elementos insurrecionais, o que visualizamos é a repressão – assim como na Turquia – das forças policias que insistem em prender e agredir os manifestantes que gritam e lutam por seus direitos. A depredação do patrimônio público não é o caminho ideal para a conquista de um direito, mas a forma como o Estado impõe as suas vontades é – da mesma forma – a depredação mais vil dos direitos da população, do ser humano.


Fonte: SRZD


Vivemos em uma sociedade cada vez mais polarizada e construída para poucos, quando os muitos estão largados a sorte dos grandes empresários, magnatas e políticos corruptos. Com tanta demonstração de poder, fica visível aos olhos do povo que tudo está sendo feito sem a menor preocupação com o bem-estar social ou mínimas condições de uma vida digna das populações menos abastadas. Sofremos diariamente com o descaso. Somos vilipendiados por uma oligarquia que insiste em dizer nos representar. Mas a representação do povo é o próprio povo nas ruas, e isso é o que nos define: agentes de mudança.

 
Passamos sempre por uma sociedade passiva, daquelas que acompanham o cortejo passar. Mas em face dos frequentes desmandos de nossos políticos, acordamos sozinhos e sedentos por um mundo mais justo.     

domingo, 15 de abril de 2012

Grécia


O que dizer da Grécia? A Grécia Antiga teve o seu auge no período clássico – V século a.C: poder econômico, político, guerras. Viu em seu conjunto de ilhas (cidades-Estado) tentativas de invasões do Império Persa. Em seu arquipélago, a Guerra do Peloponeso – entre Atenas e Esparta – culminou com a vitória dos espartanos, financiados pelos persas.



A Hélade serviu de inspiração para diversas sociedades de sua época. Foi o baluarte dos renascentistas, no período moderno, irradiando suas bases até a contemporaneidade. Roma incorporou não só seus deuses como também sua forma de governo. Macedônios foram um dos principais difusores da cultura grega, apesar de serem considerados bárbaros pelos helenos. A Grécia irresistível até para os seus maiores inimigos.

Dona de cenários esplêndidos, é destino certo para muito turistas a fim de conhecer seus fantásticos monumentos, ruínas e praias.




Ao longo de toda a sua existência, a Grécia das cidades-Estado ou a Grécia da República Helênica, presenciou momentos de ascensão e declínio. Expandiu seus territórios, sua zona comercial, suas relações sociais. Sofreu ataques. Foi dominada pelos romanos. Renasceu na beleza de sua cultura, na admiração de seus oponentes, na absorção e difusão de seus estudos, no desejo ávido de sabermos mais sobre sua história. História da História? Alguns acreditam que lá nasceu a História como ciência. A História como uma percepção do tempo em registros de atos prodigiosos, como os escritos de Heródoto de Halicarnasso. No período moderno, os renascentistas buscaram, nas suas bases, o retorno de uma época clássica, hegemônica, de rara sofisticação cultural. Revolucionaram a arte, resgatando a natureza, o homem como figura central, dono de si.



No “nosso” tempo, a Grécia enfrenta a voracidade do capitalismo, mais do que maturado, em nossas bases mais fundamentais. Endividada em mais de 160% do PIB, os gregos se veem em um beco sem saída para honrar com seus credores. Ainda com os bancos “perdoando” cerca de 50% da dívida, as dificuldades encontradas para o acerto desta parece impossível. Mesmo com toda a arrecadação em impostos e as medidas de austeridade já adotadas pelo parlamento grego, a Grécia não consegue obter superávit, gastando mais do que obtém em receita.



Há economistas que projetam um futuro de trevas: os gregos não teriam a menor possibilidade de quitar essa dívida, uma vez que até 2020, na melhor das hipóteses, a redução cairia apenas para 120% do PIB. Este fato nos revela a conjuntura desastrosa das contas gregas. A Grécia pode estar fadada ao fracasso, tendo em vista que as medidas de austeridade atingem diretamente a economia popular, reduzindo drasticamente o poder de compra do povo grego, algo fundamental para fazer girar uma economia capitalista, o consumo. Uma população cada vez menos abastada também significa uma arrecadação menor em impostos, algo impensável para um país que precisa de receita para cumprir com seus compromissos a curto e longo prazo.



Se a Grécia não conseguir arcar com suas dívidas – dando um calote – a mesma ficará sem confiança no mercado, estando, assim, impossibilitada de captar novos recursos para fazer rolar a sua dívida. A falência é o próximo passo rumo ao abismo das bancarrotas de bancos e instituições públicas e privadas.



A farra com a coisa pública se mostra como uma característica sine qua non nos alicerces da crise grega. No entanto, há algo mais a se pensar.

Digo isso porque vivemos imersos em uma lógica capitalista de mercado que nos açoita diariamente. O poder do capital isola, individualiza, corrompe, leva a loucura, destrói. Recentemente, um idoso se matou em frente ao parlamento grego, pois não conseguia honrar com seus compromissos financeiros pessoais. O índice de suicídios recrudesceu assustadoramente nos três últimos anos. O capitalismo tem o poder de manipular, de fazer brotar o pior de cada um. Este sistema econômico, inaugurado, ou se confundindo, pós- mercantilismo mostra a sua face tenebrosa tanto para pessoas comuns, como para instituições e Estados.




Por conseguinte, a situação da Grécia nada mais é do que o espelho ampliado da situação de milhares de cidadãos – ao redor do globo – que se veem endividados e explorados por grandes bancos que locupletam às custas do povo, da massa trabalhadora. Juros altíssimos são cobrados descaradamente, se mostrando como uma forma cruel no que eu chamo de escravização econômica.



A Grécia, nosso foco em questão, tem como uma de suas cláusulas – impostas como condição para a liberação de um pacote de 130 bilhões – a flexibilização das leis trabalhistas e privatização de ativos estatais, medidas claramente neoliberais que só fazem diminuir o estado de bem estar social, que vem desaparecendo ou se transformando.   

Pra variar, por assim dizer, a corda sempre arrebenta do lado mais fraco. Essas medidas só atraem o capital especulativo, as grandes empresas, os grandes bancos que enxergam, com a clareza de uma águia, a certeza de abocanhar ainda mais dinheiro explorando os menos favorecidos. Flexibilizar as leis trabalhistas significa tirar direitos do trabalhador, tornando-o assim uma mão de obra mais barata e, consequentemente, desonerando os custos para sua contratação ou demissão. Privatizar, a maneira como se pretende na Grécia, significa vender o patrimônio do país ao capital estrangeiro, que fatalmente irá explorar, sugar o máximo, dessa classe trabalhadora agora abandonada.




Portanto, manifestações populares tomam conta das ruas, praças e avenidas gregas. O enfrentamento mostra-se necessário, ainda que a repressão seja covarde e violenta, por parte das forças governamentais. O povo grego sabe da emergência da situação e age.  O exemplo da Grécia pode ser o nosso. E não é o “nosso” retórico, é o “nosso” mesmo. Chega de explorar as massas. Precisamos nos unir e agir ou... pereceremos. Toda força ao Povo! 





quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Tô voltando...



Caros leitores,

    Depois que entrei de férias da faculdade, resolvi dar um tempo para relaxar e aliviar toda a tensão do último semestre que, como já dito, foi extremamente trabalhoso e cansativo.

    Pois bem, quero com isso dizer que estou me preparando para - em breve - voltar a publicar novos posts no blog. Peço que aguardem.

Muito obrigado! Agradeço pela atenção e carinho de todos. Forte abraço e um excelente 2011 para todos!